
Capítulo 3
Vamos viajar para a Terra do Nunca?
Dia Perfeito, as estrelas se despediram de Chiara e a Senhorita Cadente já tinha providenciado o melhor desejo já realizado, daquela jovem escritora, atriz e cineasta...
Porque na mesma pracinha com um Coreto povoado por tantas máquinas de sorvetes de casquinhas sem namorados brindando bolas derretidas, uma vez um Senhor lhe disse que as poetisas são solitárias.
Na mesma pracinha, Carol riu como se afastasse a maldição do coração e vida de Chiara. Ali, ainda que a fonte dos desejos estivesse seca, todo sentimento de solidão era apenas névoa passageira no coração de uma mulher que tanto acredita no amor verdadeiro e na libido fora do ‘travesseiro’...
Se nada é por acaso, e o amor é como um fetiche de 1969, feito de coloridos laços. Nunca duvide da capacidade que um Homem pode ter em te amar...
Quando você menos espera os homens podem te surpreender. Há mais de mil motivos para que eles possam lhe oferecer flores, lhe chamar para dançar ou apenas colocar um vinil para tocar enquanto lhe aconchega no peito e conta uma bela história antes de uma noite de amor...
Mas, não escolha um homem porque vocês possuem coisas em comum ou porque o oposto te causa frisson; escolha apenas o amor!
Talvez, isso pode ser como aquela sua nova amiga que é baixinha, super inteligente, tímida e que ninguém poderia imaginar que pilota aviões. E num dia qualquer ela te explica teoricamente que o segredo de voar é sentir o que o avião lhe pede. Assim, acontece com o amor, não há grandes segredos, o amor apenas lhe pede que você acredite nele e melhore o mundo ao seu redor. Descobrir como você pode começar a amar, só depende de você, pois, a resposta sempre esteve em seu coração!
Acredite no que o coração de um homem pode ser capaz. Eles, quando amam, voam de barco ás estrelas para lhe mostrar algo sobre o tudo e o nada do amor que sentem, ainda pode lhe trazer.
Um amor assim é tão gostoso quanto passar um final de semana no Adress Hotel em Goiânia, e abrir uma Coca-Cola bem gelada no meio da madrugada só para ter mais sabor na sua sede de ler um trechinho daquele seu livro de cabeceira. Ou, o amor pode ser como os encontros casuais com os amigos no Capital Steak House para relaxar e gozar um pouco do bom da vida. Depois, voltar para casa mais feliz ouvindo bem alto no som do seu carro, e a sua banda de rock preferida, Cachorro Grande.
Amor! Ah, o amor! Nele há tantas cores, formas e sabores de amar. Tais como os sanduíches que você adora comer na Subway por serem muito mais saudáveis e assim, te ajudarem a realçar toda a sua beleza que brilha quando você se maquia com as maravilhas do O Boticário. Ou, até mesmo quando você come aquele bombom de licor Cacau Show antes de dormir, mesmo sabendo que chocolates engordam. Mas, a verdade é que a medida certa de guloseimas da sua loja de chocolates preferida não lhe faz mal.
Simples assim, o amor é tudo isso que faz parte dos seus dias rabiscados um á um na folhinha de calendário esquecida no escritório.
O amor é tudo o que você vê, é tudo o que você não vê. O amor são coisas da sua imaginação que só o seu coração pode lhe dizer se são reais ou não. E muitas coisas do amor estão apenas á sua frente, elas estão apenas em sua vida. Fazem partes de suas manias, gostos, preferências, enfim, de suas alegrias.
E se por um descuido ou qualquer acaso algum motivo você tiver para duvidar, pense outra vez.
Pois, não vale apena fechar os olhos se a verdade é que tudo sobre o amor faz você feliz!
Uhm, tão feliz quanto acordar na manhã chuvosa, sair de casa de moleton e Hawaianas, deixar seu cachorrinho por cinco minutos dentro do carro no estacionamento do Pão de Açúcar e comprar pão de queijo quentinho e Coca-Cola.
Acredite que amar e melhorar tudo ao seu redor te fará mais feliz. Se você não souber acreditar nisso será como passar pela vida sem se surpreender com o belo da arte de viver. No minuto que a orquestra de instrumentos que os homens tocam, passa festejando você. E todos os instrumentos apenas fazem zunidos em sua mente, e você nem percebe que era apenas um vinil a tocar. Ali, no gramofone que você esqueceu ligado na sala de jantar...
Ali, na escuridão de um casarão que nunca foi habitado por uma família em plenitude de amor.
Ou ali, na mesma escuridão de um casarão que muitas festas com amigos e amigas foram dadas á manchar o tapete da sala, á cada colônia de férias que a sua Mãe passou na Europa. Ela, longe de um marido que por uma única vez a amou. Quando por sinestesia de mágica e ciência deram a vida á você...
Não mais do que ali, naquela casa cheia de almofadas coloridas, nos finais de semana que só tinha você. E até o seu Mordomo pedia folga...
Viver ali, por mais que todas as gostosuras que você ama, fosse entregue por um pedido de internet ou telefone, por mais que o dinheiro nunca faltasse para esses caprichos e para tantas outras coisas, viver ali era muito difícil. E talvez as verdadeiras companhias de Chiara fossem: uma latinha de Coca-Cola muito gelada e um sanduíche da Subway no calar da madrugada. Porque ninguém acorda seus amigos todos os dias de madrugada. Pode virar chatice!
Ah, ventos talvez fossem como aspiradores de pó, como se levassem embora tudo que era ruim.
Na Mansão Garibaldi, o jardim era maravilhoso, as rosas tinham perfumes e essências diferentes, tão boas quanto as que a Chiara e suas amigas colecionavam de O Boticário.
Imperfeito, não?
Não digo sobre os perfumes nem sobre as rosas, digo sobre o tudo que contempla o mundo de uma garota que nunca teve refletido no espelho da penteadeira de seu quarto, o rosto de sua Mãe enquanto escovasse seus cabelos.
Nem mesmo a presença de seu pai durante a adolescência para conversar sobre o primeiro namorado, o primeiro amor.
No reflexo do espelho tinham tantas marcas, e muitas especiais. Marcas tão especiais quanto ás memórias de tantos momentos felizes naquele quarto colorido com a presença de suas melhores amigas, Carol e Poli.
Chato era saber que nessa ciranda cheia de risos sempre teria mais alguém querendo cirandar...
E em qualquer lugar da Mansão, não existia um frenesi além dos pensamentos que você tinha em alma e no coração em chamas.
Nunca ouvi dizer que algum alucinógeno, ou chás ou remédios lhe levasse ao frenesi. Isso era mais pessoal do que qualquer atitude rotulada por internautas pudesse te ajudar...
Mesmo que você cortasse os pulsos por acidente?
E um lindo Médico te socorresse correndo ás pressas pelo jardim colorido, florido e cheio de mistérios. Correndo, com você deitada em seus braços. Isso, porque o bem maior de um juramento médico naquele momento não era apenas salvar a sua vida, era também ouvir outra vez o seu doce coração pulsar. Nem que fosse apenas para brindar outra Heineken num show cover dos The Beatles no Bolshoi Pub, em Goiânia.
Pode crer, pensar que você precisa estar entre a vida e a morte para reencontrar e ter a atenção de um ex-namorado médico?
Não, saiba que não é algo legal, algo bom. É apenas uma fatalidade. Carol pensou exatamente assim. Além disso, o mundo lhe sorria tanto para que ela pudesse cortar os pulsos até mesmo por engano...
Woodstock. Você percebeu como a vida de Chiara e suas amigas, assim como de qualquer outra pessoa é tão poderosa quanto ás flores de 1969?
Não ria de nada, tudo que digo aqui é verdade.
Observe, no Woodstock uma garota grávida chegou toda molhada e mal sabia se era a chuva ou a sua bolsa que tinha se rompido, e ali meio á um travesseiro de tijolos e uns vinte hippies, ela deu a luz á uma linda filhinha. Agora, você entende como coisas cientificamente naturais podem te surpreender e não serem apenas breves coincidências?
Bom, se você duvidar, eu só tenho a te perguntar se você vive dentro de uma redoma de vidro, o que eu acredito que não seja. Por isso, olhe ao seu redor e seja capaz de sentir todo o frescor que a natureza lhe traz, que a vida lhe sopra. E que as suas escolhas se refresquem em momentos quentes.
Escolher ou não escolher?
Quem disse que você não poderia correr como Alice no País das Maravilhas para respirar um pouco de ar puro e responder depois?
Tudo isso faz parte da arte de viver. É tudo tão simples como nos dias que você deixa o seu diário cair sobre o copo de Coca-Cola ao lado do sofá no tapete felpudo e importado. Mas, quem se importa?
Ninguém! Ah, era assim com Chiara, a sua Mãe nunca teve voz ativa morando na Mansão, muito menos na Europa...
Se ao sono se entregava ou se para um corpo nu sua alma era doada?
Se ela tivesse uma noite de amor num belo jardim entre flores e com os holofotes anunciando um novo romance?
Se passeasse em Paris de mãos dadas com quem se ama e tivesse um fetiche dentro de um épico cinema?
Se houvesse alguma companhia para não se sentir só e não ter medo do escuro?
Quem sabe assim fosse mais fácil para Chiara, sozinha, as próprias escolhas fazer?
Talvez, e quem vai dizer que não?
Tudo pode ser mais tranqüilo, fácil e seguro se existe uma pessoa amada pra caminhar lado á lado.
E essa é a pergunta que causa um minuto de reflexão em você, não é?
Oh, pense...
Se por Copacabana você e alguém corressem um atrás do outro debaixo de chuva?
E quando se cansassem parassem abraçados para ver o mar, para se amar?
Se você fugisse de casa após alguns meses ter conhecido seu grande amor na Internet?
Já pensou se você se casasse numa praia de nudismo?
Talvez, se reinventassem uma reedição do Woodstock e ali você tropeçasse em cima do grande amor de sua vida?
Trágico! Poderia ser também se você torcesse o pé e se apaixonasse pelo médico examinando o seu chulé?
O amor é mesmo um fetiche que a natureza não sabe explicar ou não existiria romances entre gambás!
Fantástico! Poderia ser se por acaso você reencontrasse aquele amor que antes não deu certo e escutasse tudo o que um dia sonhou ouvir?
Ou se Raulzito não estivesse morto e contasse pra você algo sobre o sonho que se sonha junto ser realidade e isso se resumisse numa mera estrofe de quem faz amor e não á guerra?
Ai de você se pegasse um buquê de casamento do mais conceituado nível, e desse um fora num médico por preferir um cabeludo, barbudo, tatuado e que calça All Star?
Quem sabe se você transasse com um estrangeiro que mal conheceu nas semanas anteriores?
Se você tivesse saído do Bolshoi Pub e dormido sem avisar na casa dos amigos?
Será que encontraria o amor se por acaso você fizesse sexo á três depois de uma noite dançante no Metrópolis?
Ou se o seu Pai lhe pegasse de surpresa na casa de praia, sem roupa sobre o teu namorado. E deitados no sofá colorido da sala numa tarde de tempestade?
Relaxe! E ligue a televisão no canal da MTV, assista algumas vinhetas divertidas, abra uma Heineken ou uma Coca-Cola. Se precisar ligue para a Penélope Nova, olhe o número no cantinho da tevê, pois, tudo se resolve com o programa dela o Ponto Pe. Ah, apenas não se estresse, nenhum stress vale apena. Mesmo que para a sua família tudo isso seja uma grande cachorrada, essa coisa de sexo e rock, no fim você verá que nunca esteve errada.
Medite, concentre-se e lembre que a sua banda de rock preferida sempre foi a Cachorro Grande.
Sinta-se apenas como uma bolha que flutua por aí, será melhor para você.
Não tenha medo, a verdade é única! Ninguém se importaria com nada. Todos lembram que você é maior de idade.
Tente viver! A mágica do absurdo é a que você encontrou em um disco de vinil. E trouxe á sua vida o melhor sonho que uma menina-mulher pode viver. O sexo, o amor e a correspondência do telegrama enviado por Fadas que todas as garotas passam pela vida esperando receber...
Yeah, tudo parece ser como se você pudesse segurar o Planeta Terra com as próprias mãos!
Ah, quantos choros e risos hão de existir por aí? O telegrama mágico? Chiara recebeu...
Borboletas coloriram todo o jardim, as flores dançaram ao ritmo da guitarra do beija-flor, enquanto, o papagaio gritava com toda alegria e amor. O Sol acenava com pompons como se fosse uma líder de torcida, como se ele fosse tão frenético quanto você. E o seu cachorrinho abanava o rabicó como se dissesse; “boa viagem”...
Pois, para ser feliz ninguém precisa do medo. Ainda mais se for o medo de um grande amor em cartas lançadas em alto mar?
Ou talvez o medo do rum, do sexo, do Woodstock dos piratas por uma noite e um dia numa ilha deserta?
Mochilas nas costas aventura e ação. Na trilha as placas: “O Mundo como vontade de representação”, segundo Schopenhaeur. Ou lembrar que “não importa em quantos pedaços o seu coração está partido, o mundo não pára pra que você o conserte”, segundo Shakespeare. Pois, seguindo em frente estão os sentimentos de grandes Meninas...
Não tão distante assim, Chiara estava com a mochila nas costas, mala rosa de rodinhas arrastando pelo chão, uma pequena bolsa térmica com latinhas de Coca-Cola, sanduíches da Subway, trufas Cacau Show e muita aventura e ação! Uma passagem em mãos e um sorriso muito mais caloroso do qualquer Verão. Sim, aquele era mais um Inverno feliz...
Mas, antes do grande momento do embarque no aeroporto de Congonhas...
De manhãzinha Jorge voltava para casa após uma leve discussão com seu ‘amigo’ na noite passada...
Chiara nem tinha visto-o depois do café da manhã do dia anterior. Ela acordou em silencio, ainda cedo, encheu a banheira com água quente e começou o seu dia com muitas espumas e sais perfumados.
Carol, sua melhor amiga cochilou tão profundamente que talvez ela estivesse fazendo sexo com Paul McCartney no ‘Yellow Submarine’ em 1969...
Pode crer, isso é muito melhor do que se a Carol fizesse sexo com um Rockstar de Chiara!
Depois, elas tomaram café da manhã, subiram para o quarto, compararam as duas malas abertas para saberem se levavam quase as mesmas coisas, escreveram um bilhete despedindo-se de Jorge. Deixaram o bilhete debaixo da fruteira de cristal da cozinha e saíram...
Elas tinham muito á fazer antes de irem para Congonhas pegar um vôo. Era lei passarem pelo Pão de Açúcar para comprarem mais cookies e Coca-Cola. Ah, iriam também até a galeria do rock. E porque não passar na Subway e comprar um lanchinho?
Comidinhas de avião parecem de hospital, não?
Elas passaram pela Subway e compraram sanduíches vegetarianos!
Logo, Chiara chegou ao aeroporto uma hora antes de embarcar, telefonou em casa para que alguém pudesse buscar o seu carro. Simples, era só o motorista da rodada, chamar um táxi e depois voltar dirigindo.
Carol riu da amiga e disse:
--- Você comprou Coca-Cola?
--- Comprei!
--- Não servem Coca-Cola no avião?
--- Melhor não arriscarmos, um dia desses me serviram outro refrigerante de cola.
--- Eca! Refrigerante de cola pra mim é só Coca-Cola! (Risos histéricos)
--- Argh! Pára de ter crise histérica de risos então, Carol. E vamos logo, já estão chamando o nosso vôo...
No painel e na voz eletrônica anunciava: TAM SÃO PAULO com destino á GOIÂNIA, passageiros favor aguardarem por dez minutos na sala de espera antes do embarque. Obrigado!
Felizes e com sorrisos inexplicáveis as duas melhores amigas seguiram viagem ao coração do Cerrado!
Ah! Elas mal podiam esperar para chegarem á Goiânia e irem ao Bolshoi Pub curtir bom rock, passearem pelos parques da cidade, pelo Goiânia Shopping e outros lugares que Chiara conhecia muito bem na capital goiana.
Ventos entravam pela janela e seguiam corredor afora limpando a poeira dos porta-retratos e quadros da família Garibaldi...
Ventos de jardim, flores, pássaros, borboletas, todas as cores, paz, tranqüilidade e sempre, ventos...
Hank observava o mordomo da família Guaribaldi bem ao longe, ele se surpreendia em como era possível alguém ser tão apaixonado por um ser do mesmo sexo. E em meio há tantas confusões Hank sobrevoava atrás de Jorge sem que fosse percebido. Ele sentiu uns arrepios, pensou serem os ventinhos, fechou uma janela, olhou para trás e nada viu. Hank bateu asas rapidamente e desapareceu...
Jorge, o mordomo, ele era tão bonzinho, um senhor de cinqüenta e poucos anos, olhos amendoados, ele não era muito alto e tinha cabelos amarrados e acastanhados. Aliás, Jorge era o Senhor que cuidava da maioria dos afazeres da casa de Chiara, já que há tempos seus pais tinham se divorciado emocionalmente. E sua mãe vivia viajando pela Europa. E seu pai trabalhando com tal ‘ménage à trois’ pelas Ilhas desse mundão de Deus sem ‘piteira’.
Jorge é a sombra de família que reside em dias de cor cinza, nos dias coloridos e em preto e branco de Chiara Garibaldi.
Pois, quem nasce convicto do que quer ser e do que buscará em seu destino, não precisa fumar, se drogar e viajar numa ‘overdose’. Afinal existe uma vida mais alucinógena do que a que não existe o amor verdadeiro?
Jorge ensinou muito á Chiara sobre o Mundo, ele á tinha no coração como uma grande neta. Por tantas noites ele sentou na sala em frente á lareira e mostrou para ela álbuns de sua infância, aniversários antigos e fotos de brincadeiras no jardim. Ele ainda contou como o Senhor e a Senhora Garibaldi, eles se esforçaram pra ser uma família de verdade. Mas, as drogas do destino os dissiparam aos poucos e grande parte de um passado que hoje seriam fitas coloridas de uma caixa de memórias, hoje, são apenas um pouco de pó branco por cima de uma caixa vazia e velha.
Acredita-se que esse pó seja um pouco de talco mesmo, que Liliana Garibaldi há muito tempo desde a última vez que se lembrou desta caixa, deixou cair sobre...
Ah, talco que Chiara aos quatro anos passou o dedinho em cima e colocou na boca pensando ser açúcar em cima da caixa da mamãe. Ah, foi quando a doce menina levou um tapa de seu pai que disse em tom alto que tinha avisado para ela não mexer na caixa que estava no tapete colorido da sala de estar. Fantástico isso, porque se você perguntar á Chiara se ela se lembra de ter levado esse tapa, ela vai lhe dizer que o pai nunca lhe deu algum tapa nem por brincadeira.
Talvez, o açúcar-talco, que não era nem açúcar e nem talco, tenha transtornado sua memória infantil. Isso, no momento que a doce criança rica, ganhou o pior presente de todos; á descoberta do sabor amargo da vida. Ela chorou. Seus pais continuaram limpando o pó caído sobre a mesa de centro no tapete e logo começaram á jogar cartas com seus melhores amigos, os pais de Caroline Linder.
Nesse dia, Carol não foi brincar com Chiara. Nesse dia mais uma criança no mundo descobria que nem sempre os próprios pais são apenas amor...
Até hoje Jorge se recorda da cena, dos olhinhos de criança magoada e da doçura que Chiara se esqueceu de ter dia após dia em sua infância quando estava ao lado de seus pais. Mesmo que ao longo dos anos, o melhor sonho, o maior sonho dela fosse se casar. E um dia ter filhos e um casamento verdadeiro onde as flores nascem nos canteiros da janela porque há paz e amor no Lar.
Apesar da opção sexual de Jorge, como tantos ignoravam, desrespeitavam ou repudiavam; ele era um bom cristão, ele orava, ele rezava, ele acreditava num Deus único que é só bondade, paz e amor.
Todos os dias, ele pedia bênçãos por Chiara, pedia um grande amor para uma garota que tinha tanto dinheiro e ao mesmo tempo nada tinha, não tinha o amor de uma família de verdade...
Porque o primeiro amor de verdade é o da família vulgo pai e mãe! Pensando assim, não deveria existir no mundo, para uma pessoa um amor maior do que esse, nem mesmo os de avós.
Mas, muita gente passa pela vida sem saber o que é ter o significado concreto do primeiro desenho que se aprende no jardim de infância, aquele que a Tia ensina a desenhar uma casinha com o pai, a mãe, um irmãozinho ou uma irmãzinha e um cachorrinho.
São muitas as pessoas que passam por suas vidas magoadas por não terem tido o bem maior que quase todos os coleguinhas da escola tiveram: Pai e Mãe.
Logo, os pais juntos na saída do colégio, apenas o esperando para irem tomar um belo sorvete com confeitos coloridos, calda de morango e sabores variados, várias bolas...
Chiara teve todos os sorvetes do mundo, todas as coberturas gostosas feitas pelas frutas do pomar de sua casa, todos os confetes coloridos. Teve alegrias, tristezas, mas, não teve o amor...
Seria a riqueza material tal impunidade para o amor desconhecido por uma inocente criança?
Acredita-se que não, porque há tantos casais bem-sucedidos pelo mundo que cuidam de seus filhos com zelo, que buscam um Deus único, que acreditam na força energética vinda da natureza e que tenta diariamente viver por um mundo melhor onde haja paz e amor.
Ah, assim como há tantos casais não tão bem sucedidos ou em margens frágeis de riqueza material, mas, que buscam sempre o melhor do amor para seus filhos...
A natureza nunca trai um coração, a espécie humana quando vive um amor verdadeiro se transforma e demonstra ao mundo o seu melhor. Seria tão complicado para Chiara um dia olhar para trás e perceber que tudo que é cinza e triste já passou?
Seria possível num dia desses de Inverno, Chiara descobrir que na vida muitas cenas do nosso filme são em branco, em preto para que um dia possamos colorir com a nossa própria aquarela?
Ah, seria impossível para Chiara viajar e de repente o amor encontrar?
Ou se, o ato de se debruçar na ponte de Cora, na Cidade de Pedras e olhar para o céu de diamantes, sempre lhe traz o último rastro da estrela cadente em dias frios da cidade sem foliões?
Ainda que o seu único pedido á essa estrela cadente fosse não ser punida por estar longe do grande amor de sua vida enquanto ele se perdeu em alguma fazenda de um ex-viciado em cocaína. E ela nada pode fazer no momento para provar ao mundo que ele não é um drogado e sim um garoto mimado e perdido; querendo no fundo de seu coração por ela ser encontrado?
Um Garotão, com bochechas rosadas e que não pode morrer de overdose. Desta bebida da vida, Chiara não precisa experimentar nenhuma dose!
Uma pausa! Falta-me nesse minuto o fôlego! Ventos que esfriam o peito e aliviam a alma, ventos que entram em minhas vias respiratórias para me deixar escrever e contar mais sobre a arte e a magia que há na vida de Chiara Garibaldi...
Talvez, Deus surpreenda pessoas como a Chiara com uma sensibilidade maior de sentir a vida.
Como se fossem ‘anjos bons’ que se confronta com os rótulos. E esses rótulos, poucos já leram e descartaram...
Rótulos sobre hábitos que as pessoas compram diariamente nas prateleiras de um supermercado e que incrivelmente elas chamam de ’Super Vida’. Onde prazos de validade são indefinidos...
Hábitos que a Alice no País das Maravilhas desconheceria se tivesse que comer o outro lado da maçã podre, porém não totalmente podre. Maçã que estava numa cesta supostamente ganhada do Chapeleiro Maluco.
Viu como tudo são hábitos e só depende de você os escolher?
Ou pessoas assim como grandes personagens, são sensíveis para que estas sejam como ‘outdoors’ do épico amor ao mundo que todos pensam?
No mundo que poucos são capazes de nos olhos do outro e nas simples atitudes do parceiro, viver um grande amor e ao sexo se encontrarem...
Ou do contrário nem as águas do Rio Vermelho, nem as águas do mar e nem as cartas dentro de garrafas para corações em outras dimensões, meus amores poderiam levar?
Aliás, quis dizer que os amores de Chiara poderiam levar?
E quem inventar uma bússola para o verdadeiro amor encontrar, tais cartas tente me explicar...
Lobão, Renato Russo, Marcelo Nova, Penélope Nova, Raul Seixas e Paul Mccartney?
Até hoje ninguém pôde ler para mim as explicações dessas cartas que alguém lançou ao mar.
Os ventos tinham adormecido numa cama de estrelas depois das nuvens que anunciavam o Sol. Havia uma leve brisa pelo ar...
Contudo, Chiara Garibaldi nunca teve pais de verdade. Sua vida em resumo foi um grande deboche se lhe perguntarem quem são os seus pais?
Triste, mas para deboches sempre existem culpados!
Talvez! Pensando com bom senso?
Certeza.
Mas, se perguntarem algo sobre o sexo, o frenesi e os contos de fadas, o que ela pode dizer?
Algo feliz?
Quem sabe ela diga que sua vida é tão sublime quanto o amor que se esconde na caixa de Pandora?
Ora, pois, se assim não fosse, Chiara não gostaria tanto de colocar o som na janela e ouvir um vinil dos Beatles á tocar, em noites de Lua Minguante, Nova, Crescente ou Cheia. Ou em manhãs de orvalho, manhãs com revoadas de pássaros e muito frio sem ninguém pra abraçar...
Imaginava sempre de olhos bem fechados um abraço caloroso ao acordar, de repente acordava e tudo que tinha ao seu lado era só um travesseiro. Realidade, quem poderia mudar?
Se um dia ela por tantos desenhos se perdeu, se um dia por tantas poesias em sua adolescência uma pessoa de bom coração lhe mostrou no céu estrelado que lá ao longe uma estrela realizaria seus maiores sonhos, porque os sonhos que sonhamos na infância são os mais profundos, os mais verdadeiros e talvez os únicos que não são em vão...
Um brilho no olhar como quem acha a saída da caverna escura, e no sonho ela acreditou...
Nesse dia, Chiara Garibaldi soube que os estúdios de Hollywood esperariam a sua presença com um tapete vermelho estendido, e no chão de Los Angeles, o seu nome estaria em uma estrela.
Quem sabe todas as coisas ruins de sua vida são o preço á pagar por nascer sonhando com tanto brilho?
Conspiração!
Ou seria constatação como quem toma uma vacina contra gripe em pleno século XXI e passa dias de cama pensando na vida, lendo livros de histórias, revistas antigas e quando a febre desaparece, apenas percebe que tudo era como meados das décadas de sessenta á oitenta aonde vacinas mataram inocentes?
Simples, ninguém aqui discorda da ciência, mas, um vírus é mutável!
Como seria mesmo pagar por ter o brilho de uma estrela?
Natural?
Chiara apenas caminhou sozinha sentindo a outra face da vida como textos de escritores que se perdem e nunca mais são lidos por ninguém. Como mães que perdem seus filhos ainda jovens cheios de vida num náufrago de saudades?
Ou como um Rockstar que esquece sua guitarra no aeroporto em noite de estréia?
Ou como pais e mães que se separam por meras convenções sociais em vez de respeitarem a principal lei de um casamento por mais aberto que seja?
Planeta Terra observe quem habita você, ‘adultos’ não respeita muito bem nem mesmo o meio-ambiente, quem diria o próprio casamento?
Adultos têm a obrigação diante á Deus de serem pais e mães para os seus filhos. Pois, eles que culpa tem por sonhos frustrados?
Podem ser loucos, normais, heterossexuais ou homossexuais, não há diferenças, mas, precisam ser antes de qualquer opção, pais!
Respire, abra uma Coca-Cola bem gelada, refresque-se e continue lendo este livro...
Acredito que o Woodstock de 1969 teria explicado tudo isso melhor, se não fossem tantas preocupações políticas para que o evento não fosse punido em mero dia de estréia. O dia que marcou para sempre a história de toda a humanidade com o poder da liberdade, da paz e do amor.
Pai, mãe e uma casinha feliz! Talvez, era assim a realidade de muitas crianças, algumas sem dinheiro, outras com presentes caros umas três vezes ao ano.
Aonde estaria o famoso ditado popular sobre paz e amor?
Se todas as crianças com as mesmas expectativas de ver a figura masculina do pai dobrando e lendo o jornal no café da manhã, estão sozinhas com o seu potinho de cereais e leite de soja?
Leite de vaca. Cadê as vacas?
Alguém pode me dizer se as vacas mudaram de endereço?
Ou se ainda existe leite de vaca?
Conspirações de cafés da manhã!
Porque só quem nunca sentiu o cheiro de café da xícara do papai, que a mamãe preparou com tanto amor, saberá qual é a batida e o acorde que o som do seu coração traduz em dor.
Ah, e Chiara com presentes caros a cada vez que o Mordomo a levava para visitar a loja de brinquedos. Porque o pedido de aniversário nunca foi realizado, ela nunca pôde ter o colo do seu Pai e um beijo de boa noite de sua Mãe, juntos.
E mesmo que ela tenha tido bons avós, pouco podiam fazer para manter sua disciplina emocional que aos poucos foi fragilizada pelo seu Pai e sua Mãe. Porque, eles escolhem o clichê social: ‘não aconteceu nada, ela é uma criança feliz’.
Pode ser por isso que um dia essas crianças felizes adoram colecionar cheiros de talco, não?
Ah, a única vontade que Chiara ou que qualquer criança pode sentir ao estar em meio á isso é dizer: ‘vai pro quintal plantar batatas’.
Ou ao menos podem sentir a vontade de correr para o Sol, sentar numa nuvem e sentir um pouco de ar fresco. Já que se perguntarem o como serão alguém melhor no futuro?
Yeah, essa pode ser uma pergunta inútil, sem resposta eu diria...
Respirar fundo e renovar os pulmões, isso sempre será bom.
Ar fresco, que não refresca todas as mentes e todos os corações que sofrem por ausência de afeto, de carinho e de amor. Tudo isso são como as outras gerações que não conhecerão o amor, igual á sua geração com milhares de crianças que perderam os seus pais em meio á uma guerra de estupidez.
Guerra, de pais e mães que tinham como armas em mãos os rótulos de uma sociedade que nada sabia e de uma vida que eles não souberam viver, de um amor que deixaram morrer e rótulos que seus filhos nunca aprenderão a ler...
Ah, os rótulos que não servem nem para serem embalagens de produtos vencidos nas prateleiras dos supermercados. E produtos que são vistos apenas pela embalagem, raramente pelo sabor.
Atenção, não jogue dominó! Ame, mude o futuro e viva! Quem sabe amanhã você leia um jornal melhor?
As notícias nos jornais das bandas, todas as manhãs, são sobre pessoas de todos os rótulos, são sobre produtos de todos os preços. E poucas são as colunas que relatam algo sobre boa cultura, arte, o cultivo de bons sentimentos, bons valores para um mundo melhor e lutas contra o pré-conceito com tudo que se apresentar diferente.
Duas vezes por semana ou três, os jornais trazem cadernos específicos sobre a arte de amar e ser amado. Sobre a arte de viver sem ser sugado pela inveja alheia. Mas, poucas pessoas mantêm o hábito dessa boa leitura, a grande maioria lê o caderno de fofocas e o da agricultura de rua que lhe ensina a cultivar a grama do vizinho e depois comparar qual é a mais verde.
Isso se chama sociedade e nem precisamos abrir a caixa de Pandora para compará-las e dizer como a sociedade tem a mania de se apresentar tão híbrida, rústica, tão cheia de cismas. Mesmo que no meio desse gigante ninho social de vespas, existam pessoas com um ar soberano, pessoas que vivem e sobrevivem muito diferente das convenções que acontecem á suas voltas.
Paciência! O Woodstock quis traduzir em arte o segredo do amor, e os The Beatles sempre cantaram para a humanidade que o amor é tudo; e tudo que precisamos é o amor.
Sendo assim, nem o pó branco de cocaína pode lavar a sua insanidade pra saber o que é um amor a sufocar.
Talvez uma parte híbrida de sua vida um dia venha a querer falar. Ou talvez, você num mar gelado queira mergulhar pra que estrelas do mar você possa encontrar?
Ou para sempre ninguém mais o seu saco venha puxar em troca de selos, carimbos e indicações para o Oscar de melhor palhaço?
Quem sabe, as trocas sexuais que envolvam suas ceroulas arrotas, você esqueça?
São tantas loucuras sobre você que não há como legendar!
É como se você fizesse seu Anjo da Guarda perder a cabeça.
Ah, um dia você aprenderá que é melhor ser um desenho preto e branco para quem quiser te ver; do que deixar que derrubem a sua paleta de cores de aquarela...
Ou o pó que traz a nostalgia seria tão sensível e inofensivo que podemos viajar nele como se pulássemos de nuvem em nuvem até o colo de Deus?
Não, não podemos. Deus nunca quis que nossas artérias, que nosso sistema nervoso e que nossa ciência se destruísse. Mas, o outro homem que convive ao nosso lado sem amor e egoísta não nos deixa saída para nós que somos fracos para cortar os próprios pulsos...
Pois, não há tristeza maior na vida do que deixar que esta seja colorida pelos sonhos dos outros...
E a depressão é o grande mal do século que a paleta de tintas do outro, colore na vida alheia!
No minuto que um filho da puta que se diz melhor na sociedade, gritou ao mundo: “é errado usar cabelo colorido e fazer sexo antes do casamento”.
Na lembrança antiga do minuto de uma Mãe que há alguns anos sem sua virgindade se casou! E quem vai dizer que não foi castigo da vida ter um filho que adora gritar com Deus e todo o mundo?
Acorde, você vive numa sociedade cosmopolita em que pessoas não vivem mais como em décadas passadas.
Hoje, elas precisam se conhecer. E isso não é uma regra que surgiu num surto frenético da guerra dos sexos. O sistema capitalista, esse impôs essa situação toda ao longo dos anos...
O pecado está em como você se posiciona diariamente com os seus amigos, colegas, familiares, desconhecidos, todos merecem o mesmo respeito que você deseja á você mesmo. Ontem não foi dia de xeretar a vida alheia, hoje não é e amanhã também não será...
Por favor, pare para pensar e veja que o mundo tem muito mais cores do que o verde desbotado da grama que você se esqueceu de cultivar no próprio jardim no tempo que se preocupou demais em observar a grama do seu vizinho. Entenda, a maldade está dentro de você e isso é um verdadeiro pecado sermos ruins com nosso templo, nosso corpo, nossa mente, nossos amigos e tudo que possui vida e nos rodeia.
Só por hoje, não vá á banca de jornal. Não vá comprar as mesmas noticias, o horóscopo reciclado de muitos anos atrás ou não leia a sorte se uma cigana lhe parar na rua. Apenas por hoje deixe que você siga pelo sentido natural da vida, nem que seja por breves momentos ou minutos...
Pois, nesse minuto, muitos aplaudem por conveniência de pensamento e repassam a informação formando uma corrente que logo destrói toda aquela idéia de paz e amor que o Woodstock trouxe ao dizer que não importa o que o outro opte por cultura, ou se ele branco, japonês ou negro. Somos todos iguais, e o amor não deve ter distinção e credo. Imperar na vida alheia nunca foi sinônimo de amar. E nem mesmo a Bíblia pôde as minhas palavras condenar, porque nada lhe falta com respeito.
Porque o mundo tem que ser colorido, as pessoas precisam se alimentar de cores, a vida não é vida sem uma nuance de cor...
E mesmo que todos digam que os seus sonhos são como meras nuvens nimbos, tempestuosas.
Ah, você, nunca poderá desistir de sonhar e de sempre acreditar que tudo vai dar certo. Afinal, nada melhor do que uma tempestade para lavar a alma e o coração de quem nunca pôde tomar um banho de chuva...
E já ouvi dizer que aqueles que se beijam debaixo de chuva em tardes de céu de arco-íris, um dia se casam se são muito, mas, muito felizes de verdade!
A vida é como um grande mapa do mundo que você se perde por onde você não se conhece.
E se existe mesmo uma tênue diferença entre quem lê o livro Atlas desde os tempos de escola, e quem se liberta no imaginário para conhecer e viver dentro de todos os mistérios que se escondem em páginas que não são apenas ilustradas com mapas sobre o mundo. Então, essa é só mais uma prova de que ao longo de sua vida você se depara com pessoas diferentes, pontos de vista diferentes e porque não dizer romances muito diferentes?
Acredite no mistério que o amor traz ao destino de cada um de nós, voe, viaje e seja mais feliz...
Japão, Austrália, Hawai, Estambul, Índia, Chile, Indonésia, Brasil e Califórnia. Por alguns lugares do Mundo, Chiara Garibaldi tinha viajado, mas o lugar mais abençoado e mágico de todos os lugares já visitados, ela ainda conhecia muito pouco...
Quem não concordará que uma das coisas mais importantes para ser lembrada em todos esses países, é que por lá existe Coca-Cola?
Chiara se interessava por tudo que era cultura no mundo, ela fechava os olhos e sonhava...
Nunca teve alguém para descarregar nela toda fúria por um passado que nunca se superou. Chiara, nunca teve ninguém que merecesse ser considerado presente em sua vida. Nem mesmo teve algum tipo de loucura por inventar que não existem para brigar?
Ninguém brigava com Chiara, ninguém nunca brigou. Alguém já se importou?
Bom comportamento, boas escolas, boa intelectualidade, boa visão de mundo, tudo isso o dinheiro comprou. Os outros, e sentimentos estão sem preços?
Um tarifário para o amor?
A jovem filha do Senhor e Senhora Garibaldi, apenas recusou...
A verdade é que com esses devaneios de Chiara Garibaldi, ninguém nunca se importou.
Coisas típicas de mães. Até mesmo a de Chiara que nunca foi capaz de ser mãe de verdade. Afinal, o ser humano já nasce sabendo guerrear até com ele mesmo, por que não com os filhos?
Mas, a fuga da realidade cruel estava muito perto da doce garota, estava em seu coração e na certeza de que lutar por um amor verdadeiro nunca seria em vão...
Oh, céus e estrelas! Qual a direção que uma bússola deveria seguir?
O amor estava muito perto de existir e o lugar abençoado e mágico á vida; Chiara iria colorir...
Perdido num pedacinho de mapa, ela iria contornar todas as voltas para encontrar o seu baú de tesouros no mapa.
Mapas do amor?
Quem pode dizer que o amor não é traiçoeiro como um Pirata?
Se a propaganda que vende o amor for boa há quem acredite nisso tudo sem fazer caretas de filmes de terror.
Ou há quem acredite em tudo que se vê! Beijos, abraços e risos, não podem significar muito. Ás vezes, provocar ciúmes é uma arma de defesa. Quem os ciúmes não provocam no amor, sente provocações de ciúmes daquele que na verdade apenas quer te amar.
Patético isso, mas, essas coisas existem...
Estava muito perto, ali no coração do Brasil, no Cerrado, num calor de rachar durante o dia e num frio de doer durante a noite. Era só atravessar uma ponte. Doce ponte, que nos lembraria uma poetisa a Cora Coralina, doce ponte que nos lembraria tantos sentimentos de menina...
O amor, o sexo, os sonhos, a dor e o frio de ver um cigarro cair aceso nas correntezas do rio...
Cidade de Goyaz, popularmente conhecida e apelidada por Goiás Velho. Lá entre o verde do Cerrado que a cercava, entre a magia da energia que surpreendia á cada minuto. Lá, perto de belas cachoeiras e um Rio Vermelho, que não era dor, e nem era amor...
Lá, não muito longe de São Paulo, era lá que existia um corredor não muito comprido, e cheio de espelhos, quadros artesanais e alguns rabiscos...
Rabiscos? Que rabiscos?
Os que eram desenhados pelas ondas sonoras do velho gramofone?
Sim, num lugar aonde todas as garotas poderiam encontrar na magia dos ventos a resposta certa para os seus sentimentos.
O lugar era mágico e os problemas não eram ameaças. Imagine um lugar onde, se você vai prestar vestibular e você diz que fará Artes Cênicas, seus pais que são médicos vão sorrir de orelha á orelha de orgulho. Se você diz que viajará seis meses para Nova Zelândia durante o tempo de colégio, para pensar melhor sobre a sua vida, sua futura profissão e suas escolhas, seus pais te apoiarão com o maior sorriso que você já viu no rosto deles. Porque eles querem que você seja feliz.
Não sei se é depois de um arco-íris, mas, com toda certeza após atravessar a ponte de Cora, há um lugar encantado, um lugar desenhado aonde você pode experimentar boas gargalhadas com os amigos, com a sua família, fotografar mistérios, experimentar a melhor caipirinha da Cidade de Goyaz. Ou mesmo, pensar que a vida é mais simples do que as pessoas dizem á você. E pensar que as respostas e a segurança para todos os medos que existem por aí, estão apenas no seu coração, estão em sua mente, apenas dentro de você!
Lá, ninguém falava sobre concursos públicos, sobre uma vida que só era vida se o governo pagasse um salário fixo no final do mês. Ou se o resto dos seus dias, todo esse tempo passasse a serem dias precavidos de atividades sem amor, sem humor, sem vida. Pois, você precisava muito de uma garantia já que, por exemplo, o seu tio perdeu a fazenda que era sua por direito de herança, num jogo de baralho, e isso foi em Las Vegas?
Tios continuam sendo uma parte da família que você não escolhe. Hoje são uns amores, se a sua roupa está dentro dos padrões de beleza local, se você consegue estudar o que eles acham interessante e ainda se podem palpitar sobre seu futuro, sobre seu namorado, noivo, marido e filhos?
Não deveria ser essa a função de Tios. Acredite, existem muitos chatos por aí...
Tios, noutro dia são os melhores conselheiros e amigos. Logo, eles surgem com possibilidades de passear com os índios, o famoso programa FUNAI. Provavelmente te convidarão para conhecer alguma feira cheia de gente numa tarde de final de semana em que você poderia estar em casa ouvindo um vinil das suas bandas preferidas, se fosse eu estaria a ouvir Cachorro Grande ou The Beatles e bebendo uma Heineken ou mesmo uma Coca-Cola e comendo umas Trufas Cacau Show. Em vez de andar por horas vendo artesanatos feios, gente te esbarrando e olhando para o relógio pra saber se não se atrasará pra se arrumar pra balada á noite. Coisas, que a gente faz por não ter aprendido á dizer não. E o que a gente demora a aprender é que qualquer pessoa pode nos dizer um ‘não’ até mesmo nossos queridos Tios...
Risos e gargalhadas. Visitas chegam e Chiara é retirada com seus patins da sala. Ninguém importava muito se ela desarrumasse a sala. Na Mansão tinham muitos empregados.
Lá, não tinha diferença entre o bancário milionário sabe-se lá o motivo, o concursado de dias de calendário ou o Tio apostador da bolsa de valores de São Paulo, todos se reuniam bebiam e jogavam muito.
Chiara ficava mais feliz em feriados sem esses amigos da ‘família’, sem a perua que era chifruda. Aquela que não era á sua Mãe até mais ou menos os seus nove anos de idade, quando a deixava com Babás nos hotéis europeus.
Ao longo dos anos, outros ventos faziam tempestades...
A perua que escutava rock e saía para uma balada paulista, essa sim era a Mãe de Chiara Garibaldi. E o Pai, era um empresário que bebia uma dose de pinga com o velho do armazém de uma esquina no velho centro da capital paulista. E o velho tinha muito mais sabedoria e garantia de vida do que qualquer outro citado anteriormente...
Ah, eu não uso de retórica para persuadir ninguém a pensar como as pessoas na Terra do Nunca, vulgo Cidade de Goiás. Pessoas que levam a vida de um jeito descomplicado, que não colocam barreiras entre amigos, que são capazes de sorrirem e beberem um café com o Senhor do botequim mesmo se tiverem ganhado um Oscar no dia anterior. Mas, uso de risadas para aplaudir quem gosta e tem um sonho assim...
Eis então uma pausa para tirar da mente tudo que é complexo! Quem sabe uma pausa para o sexo?
Discuta o absurdo que se encontra nessas páginas descaradas ou apenas mergulhe na mágica do absurdo debaixo de um cobertor de estrelas.
Dê outra pausa, aos fumantes, é oferecido um cigarro e um café...
Aos que sofrem com sinusite como eu, uma pausa para abrir uma Coca-Cola bem gelada e experimentar uma Trufa Cacau Show, não é mesmo delicioso?
Dá tanta onda...
E á todos nós um bom som de vinil da banda Cachorro Grande, porque não há nada melhor!
Particularmente eu não faço apologia á nicotina e á nenhum cigarro. Quem o faz é a própria sociedade que se deprimiu ao se preocupar mais com a vida alheia do que ter coragem de pintar a própria história.
Você sabe que esses adereços com fumaças são estimulantes de prazeres ao nosso cérebro, e você sabe que eles são os seus vícios?
Tudo isso, pra você que precisa fingir que não é depressivo...
Desperte para vida! Se deprimir com o que os outros pensam sobre você é como um câncer sem cura. Pense bem, não pense muito. O mundo espera que você possa viver com felicidade por algum tempo ainda...
Viva, abra a janela para respirar um pouco de ar fresco da manhã, olhe para Sol, tente ser feliz...
Ah, um vinil de cores no gramofone de um lugar perdido no mapa...
Que bodega fantástica é viver!
É como um frescor de brisa onde tudo se sente, onde tudo pode ser. Onde tudo fica na maior parte do tempo no devaneio do imaginário por falta de coragem que o ser humano aprendeu a cultivar para viver?
Ame! O amor é o vicio e o respeito na medida certa para todas as respostas e escolhas que a alma precisa fazer ao longo da trilha que o destino traz, para que você descubra tão mágico é o seu ser...
A vida não é vida se não existir ao menos no contato físico de uma noite, um fragmento pitoresco de amor ou o mesmo o dadaísmo de dois corpos nus?
Mesmo que para muitos o prazer maior da vida seja apenas a carne, a temperatura e o sexo.
Se para mim seria viver fisicamente, enquanto, a minha alma puramente morta percorria toda a santidade de um corpo saudável que não estava pronto para desencarno.
Mesmo que a minha sensibilidade ainda rogue perdão á Deus por eu duvidar dos mais velhos numa hora que a vida me apresenta escolhas, eu ainda prefiro pedir luz aos céus. Ao que me prostituir e fazer sexo por mera conveniência...
No mesmo minuto que não há sentido em minha alma pra que alguém me diga com quem devo dormir?
Não há sentido que se aflore no peito que arde em fogo por uma canção, que surgiu de simples ruídos vindos em melodias para fazer reviver o coração?
Não, não há sentidos, até que o vinil pare de tocar...
Hoje posso dizer que é melhor esquecer tudo que ensinaram em vinte anos de escola e silenciar para que o coração possa falar. Ou você nunca terá aprendido nada sobre o Woodstock.
Ah, por favor, leve um gramofone, dê muita corda para que ele toque Beatles pra mim?
Se eu for condenada em alta sociedade em algum desfile de moda em Paris, por usar chinelos de borracha e uma bolsa Prada?
Não me importarei com nada, nem com nenhuma fotografia em capas de revista. Apenas, quero ouvir The Beatles, quero caminhar quase descalça com os pés descansados em sandálias de borracha colorida, acender um cigarro mentolado e ainda acenar para todos com um grande sorriso.
Moda, etiqueta, postura e glamour! Nem sempre você precisa se espetar num salto alto para estar chique! Pode crer, no Woodstock, não. Lá, chique era ser feliz, era ser você mesma e se curtir toda a sua liberdade numa sintonia de alto astral...
Ah, amo Prada! Aposto que os estilistas nunca me recriminariam pelo meu estilo próprio, as pessoas é que são muito preocupadas. Aliás, as pessoas invejam tudo que causa impacto, tudo que é inovador, paradisíaco e que se elas fizerem algo do tipo rotulam-se; viram cópias, entende?
Não, eu não sou nenhuma escritora feminista! Sou apenas uma garota que sofre como as suas personagens sofrem, e que ama como as suas personagens amam. Tento colorir a vida como poucos podem ver o brilho em simples minutos do dia-a-dia...
Musica! Acredito no poder de um vinil tocando num gramofone! Acredito nos goles de chocolate-quente em noites de Inverno! Acredito nos flashes que iluminam a pista de dança do Bolshoi Pub, quando um homem de verdade me rouba uma dança seguida por um beijo que é apenas, verdadeiro! Ele nem precisa me convidar ao sexo, ele é diferente. Pois, quem ama já sabe que o beijo é o convite ao sexo, e que em palavras seria muita grosseria da parte de um ‘Gentleman’...
Será por isso que nesse minuto eu gostaria de estar em uma feira de vinis na Idade Média?
Ah, se ele ainda me convidar á um brinde mesmo que eu não tenha nenhuma taça ou garrafinha de Heineken em mãos, então terei certeza sobre meus devaneios com a Idade Média.
Pisco como se tudo isso pudesse ser real na rapidez de abrir meus olhos...
Desejos secretos! Seria como descansar de biquíni de bolinhas amarelinhas em cima de uma nuvem...
Nostalgia, esse é o nome de minhas cócegas quando penso que estou censurada socialmente por vestir roupas que acho legais, misturar marcas que não se conhecem ou apenas sorrir pro cara que me tirou para dançar no Bolshoi Pub e em meu coração imaginei mil coisas. Eu sempre esperei que ele olhasse pra mim, que ele me desce o braço como Cavalheiro; eu sempre esperei por uma dança de ombros colados e a sutil diferença disso pra um conto de fadas, é que até alguns minutos, disso ninguém sabia.
Não me importo por parecer tanto com Joana D’arc, gosto dela.
No dia de minha condenação em praça pública de idéias politicamente corretas com pessoas que ditam algo sobre o errado e o certo. Prefiro me atirar ás tochas de fogo sobre meu corpo físico do que matar a minha alma, que em outras vidas venceu todos os duelos de espadas. Conseguiu florescer o amor nos Reinos mais rotulados da Idade Média e ainda me deixou lembranças, hoje...
Se entre calabouços e ruídos de guitarra posso voltar ao tempo pelos sonhos e encontrar a certeza de que existe aqui nessa vida um real sentido para mostrar ao mundo algo sobre o amor verdadeiro?
Muitos vão confundir isso com inocência, bobagens e vão dizer que tenho um mundinho particular e que sou louca. Melhor ser louca do que infeliz, melhor não ter razão do que passar pela vida como mera atriz. Ontem, eu não podia ter nenhuma certeza sobre tudo que eu sentia. Hoje, tive razões em simples fatos ao meu redor, em sorrisos de crianças, em solos de guitarra, em ruídos de baterias, em seu nome gravado em palhetas ou em capas de CDs; hoje eu vi o começo de uma nova era com gente fina, elegante, gente sincera que me ensinaram a acreditar no poder da flor, na força que vem do amor. ‘E o futuro é apenas uma astronave que um dia aprenderei a pilotar’...
Risos. O Hank vai rir de você e ás cócegas que você sente em suas ceroulas arrotas, não serão pêlos encravados! Nem mesmo nas ceroulas arrotas de Chiara, serão pelos encravados...
Oh, risos...
Coragem em alguém será que há?
Para me dizer que isso ou aquilo eu não devo fazer?
Vamos proibir o sexo antes do casamento?
Ah, vamos?
Deve ser emocionante voltar á mil oitocentos e triângulos, e esperar que alguém escolha convenientemente uma pessoa para se acasalar com a gente. Depois de uma cerimônia que se diz religiosa?
Ridículo! Prefiro ser a Joana D’arc á me subestimar em pleno século XXI á um grupo que trata o amor como peças de um jogo de memórias?
Não é preciso decorar a Bíblia para saber que o amor é o bem maior que um homem pode ter. O problema é quando o homem coloca um código de barras no amor, não?
Sempre será, enquanto, os homens olharem para o dinheiro como único objeto de tesão á vida!
Magia ou não, o que muitos se esquecem é que quando as pessoas se amam de verdade, tudo pode mudar em suas vidas, principalmente o tão sonhado dinheiro, este pode fluir como pães multiplicados. Mas, eu disse, quando as pessoas amam verdadeiramente, não quando as pessoas escolhem seus paqueras, namorados e maridos pelo diploma que ostentam, pelo cartão de crédito que levam na carteira ou pelo carro que dirigem.
Ser pobre não é defeito, porém, ser rico porque fez do amor uma escada, esse é um defeito sem reparos. Por mais cirurgias plásticas que você faça ao longo de sua eterna juventude.
Há momentos que é preciso parar e pensar. Se você errou com o amor algumas vezes, respire, medite e admita para você mesma quanta vergonha há em sua alma. Quem sabe o seu Anjo da Guarda não te ajuda á seguir por caminhos de luz?
Nada é impossível para aqueles que amam de verdade e que sopram em suas vidas palavras a paz...
Mesmo que a minha virtude de ser perua cosmopolita te leve á raiva, e te faça dizer palavrões sobre tudo o que acredito, eu só queria por um minuto ter a oportunidade de dizer que eu acredito no amor. Eu preciso mesmo do dinheiro, não todo aquele que poderia ter e foi se embora com o vento. Mas, todo o dinheiro que tentamos ganhar honestamente com o trabalho que amamos e ao lado da pessoa que nos faça feliz. E possa conversar até envelhecer. E voar em balões coloridos falando a mesma língua, a linguagem do amor e não qualquer outro tipo de linguagem anal que é legendada com um cartão de crédito sem limites...
Um dia o cartão de crédito falha assim como o seu bumbum e suas mãos se enrugam...
Se numa pose envolta pelas cores brancas em suas roupas, não existe nada além do que um rótulo que diz: “sou o melhor”?
A minha vida plástica, não é mesmo a melhor?
Alguém pode me explicar por que o homem trabalha como músico a vida toda e envelhece rico tanto espiritualmente como materialmente?
Coragem, alguém precisa me dizer...
Simples, ele amou tudo o que fez e foi um dos melhores. De repente, surgem pessoas criticando e dizendo que o Médico foi mais importante?
Pode mesmo ter sido, não me restam dúvidas! Existem sim médicos que acreditam no amor, que se vivos em 1969 estariam passeando de mãos dadas com as suas namoradas pelo Woodstock mesmo que isso fosse um pouco ‘diferente’ para as suas mentes...
O importante não é o que as pessoas aprendem em suas vidas, mas, como elas vivem...
Não me importo com os números da conta bancária porque todos têm as mesmas oportunidades. Se você considerar que essas oportunidades são apenas para aqueles que acreditam de verdade que elas existam e lutem por tais. Não falo de dificuldades porque são escolhas diferentes, pois, a arte e ciência não devem mesmo ser comparadas!
Mas, do mesmo jeito que um garoto rico ou pobre consegue se formar em medicina, outros nas mesmas situações conseguem ser bons artistas. O que talvez mude seja o tempo que levam para alcançar tal sonho...
Ah, e quem sabe foi isso que fez todos pensarem que você se fez uma puta ao fazer sexo com o cara que você ama?
Ainda que você tenha uma conta milionária, sendo esta, o melhor exercício ao bancário que admira a sua garra e fé na vida pra ter conseguido algo assim?
Mas, se esta ciranda de cifrões fosse algo que nunca pertenceu á você e sim ao seu ânus que satisfaz a erótica mente de um homem que não pode se revelar. Você pode acreditar que se ele nunca tivesse sido entrevistado nem em enquete do IBGE e usasse uma roupa branca, você seria para todos á Madre Tereza de Calcutá?
Não há diferença entre fazer sexo com um Roqueiro milionário e um Médico milionário. Depois de alguns cifrões na conta corrente, você pode ser filha de ex-padre com ex-freira que socialmente as pessoas terão prazer em dizer por aí que seu mais novo diploma é em sacanagem, ‘putaria’.
Respire! Você entendeu porque não é saudável ouvir as besteiras que os outros dizem ou palpitam sobre nossas vidas?
Ah, a sociedade deveria se chamar ‘capitalista-invejosa’, salvem-se quem puder!
Depois de algumas décadas de uma guerra sobre amor, muita gente se confunde e se pergunta como as pessoas podem trair seus maridos, se separarem, matar uns aos outros?
Ah, e a resposta é tão simples...
Simples assim, que até uma Senhora de noventa e seis anos que estava na porta de sua casinha tombada pelo patrimônio histórico da humanidade, conseguiu responder...
Ela disse muitas coisas sobre o que foi o movimento feminista, o Woodstock, as conseqüências de um movimento paz e amor, o segredo de gerações que casaram pela simples vontade dos pais e a realidade do século XXI que evidencia todos esses erros que sempre foram vistos como grandes acertos ou apenas como clichês de que nada aconteceu...
Yeah, só se forem clichês de que nada aconteceu como milhares de corações um dia sonharam!
Flores e ventos por todas as estações do ano, paz, amor e tranqüilidade e nem mesmo nas lineares interpretações das canções do velho gramofone do Café Colonial na Cidade de Goiás, poderia dizer tanto sobre o sexo.
Gramofone esse que sussurrou em meio ás melodias clássicas que tocou, sussurrou ao coração de quem um dia já amou?
Não há no mundo benção maior do que viver o seu grande amor e este não deve ser trocado por uma vontade do seu vizinho de porta, por um pedido ao leito da morte de um parente querido, por um sonho de um amigo homossexual, por uma sogra que á princípio não gostou de você pelo simples fato de você sonhar junto com o filho dela?
Paciência!
Ou porque todos acharam que vocês se tornariam hippies sujos vendendo miçangas e com crianças catarrentas no colo sem ter o que comer?
Risadas!
Respeito. Todos nós precisamos ter com a ternura do coração de nossos pais, sejam eles quem eles são em nossas vidas.
No entanto, ninguém pode se anular por acreditar que eles acertam tudo.
Coloque um vinil para tocar, relaxe...
Você ama um Cara, e sua mãe se preocupa se o seu marido um dia te levará para Europa mesmo que hoje ele não tenha um diploma de medicina com a certeza de que ganhará muito dinheiro?
Mesmo, que o mercado profissional para médicos nem seja lá essas coisas, ou não. Tudo bem, não há problemas, é um direito adulto e consciente dela a pensar assim. Porque ela á maneira dela, quer o seu bem, quer uma vida tão feliz quanto á dela. Mas seria feliz uma colônia de férias na Europa?
O erro está nessa compulsão que Mães possuem em transferir para os genros certas responsabilidades. Porque não podem as suas filhas ganhar dinheiro suficiente para dizer aos maridos, ‘vou passear pela Europa’?
Machismo, o mundo é machista! Homens são machistas e Mulheres são submissas porque herdam uma educação em que o Marido é o provedor até de suas ceroulas arrotas. Acredite! Isso ainda existe em pleno século XXI com milhares de mulheres no mercado de trabalho...
Irônico! Não deveria ser assim! Já existem muitos casamentos que não são assim...
Ah, Senhor, me ensine a expressar como eu acredito que o sonho que não se tem sozinho é de fato o mais glorioso caminho para o capitalismo. E ás bênçãos de uma família e um casamento e o amor se alcançar?
Pois, do que me adianta prostituir a minha vontade doando o meu corpo em troca de um Diabo que me veste Prada?
Será que alguém além da minha banda gaúcha preferida, Cachorro Grande, sabe dizer que ‘pra onde eu vou não preciso de dinheiro’?
Por favor, eu só quero que entendam que assim como o sonho de Woodstock que no começo nada era possível de se acontecer, o amor não é um contrato pré-nupcial e nem mesmo um jogo de passa e repassa de clichês sociais. O amor, ele acontece!
Pode crer, quanto mais duvidamos do amor, mais ele nos acontece...
O amor se esconde em cores que só são possíveis ver, se você se colorir com elas. Risos...
Mas, quem ama?
Tudo é amor e todos amam. Os sinais desse sentimento são tão sutis...
Talvez, todos precisassem se deixar levar pela magia de um lugar místico, mágico, ou pela leveza do absurdo encantado que te seduz e te leva a experimentar um caminho real daquilo que se busca numa vida que não é fácil e nem mesmo insana...
Talvez, todos precisam viajar para a Terra do Nunca do coração do Brasil?
Lá sempre existira um lugar aonde o coração vai de encontro á alma. E faz inteligente a razão para que ninguém possa um dia lhe dizer que a sua vida foi em vão...
Passeie, faça suas malas e viaje para descobrir tão lindo é o Centro-Oeste brasileiro. Ah, e se você quiser ter mais tranqüilidade e conforto para organizar sua viagem de final de semana, de feriado prolongado ou férias, procure a Ourotur, a melhor agência de turismo da Serra Dourada!
Uma Serra Dourada, areias coloridas, paredes pintadas e um riacho que á leste tinha uma barricada de pedras e a oeste uma daquelas matas fechadas como nos contos de fadas?
O lugar dos sonhos, dos encantos, ou só mais um lugar perdido num mapa como outros tantos...
Ora, ora uma “radiola”!
Lá, se ouvia de tudo um pouco. Dias nostálgicos com os Beatles, lágrimas compartilhadas com a Janis Joplin, risos escondidos com Supergrass, dedos entrelaçados ao som do U2, Oasis, o melhor do MPB e olhares desviados nas ondas dos ruídos de um Blues.
Bandinhas tocavam ás vezes lá no fundo do quintal, para mostrarem muitas vezes um maracatu ou qualquer outro som que fosse ‘artesanal’. Não mais do que lá dentro, o clima era ruge feito o fogo da paixão.
Jovens se abraçavam atrás das cortinas em tardes de Verão. E em noites de Inverno brindavam chocolates-quentes com gostinho de morango, rum e hortelã. Como se o frio cessasse com apenas aqueles casacos de lã...
As mesinhas de vidro com ornamentos em cobre reluziam um ar de mistério no ambiente mágico, secreto, sincero e sutil para o primeiro pedido de carinho. E para dizer que de fantasias não era feito o caminho, lá os pedidos de carinho eram o mesmo que aconchego e colinho, daqui muitos e muitos anos...
Ainda, para aqueles que em doentia mente não compreendem, desenhamos alianças trocadas, um frade, um padre, um casal abençoado e dois sorrisos que nunca foram comprados. Nem corrompidos...
Sorrisos feitos de rock, feitos de letras musicadas de fatos e artefatos. Assim eram os pedidos de carinho ou olhares insinuantes buscando um casamento.
Outrora, eram feitos drinques menos sinceros, apostas muito bem guardadas na sonoridade de uma canção, na angustia de um indefeso coração. A adega pertencia aos vinhos, o tinto brindava algum tipo de união e o branco que nunca fora brando, sempre derramava numa má ocasião...
Lá, não tão longe de qualquer lugar, era uma fantasia, um mistério, e de reis um duelo?
Porque não?
Lá, tinha um sabor de magia, era a fantástica forma de amar, viver e sonhar. Mas o lugar que escondia a mais perfeita adega, ao amor era sinceramente uma bodega.
Cidade de Goyaz, Café Colonial, Inverno de 2010 e o primeiro sonho perdido naquele lugar...
Como se nuvens fossem do céu e estrelas cadentes fosse uma bodega fantástica feita de amor.
Ah, como uma história do cinema Hollywoodiano em véspera de dia dos namorados, ou como amores dos quais recordaremos para sempre lágrimas, pois, á adolescência nós não voltamos?
Lá na Terra do Nunca, ela era o refúgio sem pudor quando dois namorados ainda desencontrados se esbarravam dentro do Café Colonial. Lá nunca foi um bordel com o seu cordel, mesmo o fogo sendo encantado, qualquer um gostaria de dizer que aquilo era um lugar que jamais fora fantasiado!
O esconderijo dos sonhos, e olha que nem tinham paredes que se moviam disfarçadas por algum quadro bem antigo. Tinha a magia que seduzia corpos para quartinhos bem escondidos, mesmo que, fora dali por outros lugares tão perdidos?
Sim! E tinham quadros, tinham muitos quadros bem antigos com figuras estranhas que ás vezes era confuso de se olhar. Lá era o cenário perfeito para alegrias e nem tinha um Mago para toda essa feitiçaria em fogos de artifício que saem de poções mágicas pelo céu á explodir por brilhar?
Estas festas coloridas pela imensidão obscura do céu, sempre são pivôs do que a mídia, a televisão ou os políticos querem para multidões mostrarem.
Todavia lá no Café Colonial, era apenas o que dois amantes podiam pela janela depois de um beijo apaixonado, olhar para a via láctea e se arrepiarem...
E, num cantinho da cozinha você conhecia as mesmas xícaras e canecas sorridentes como as do filme a Bela e a Fera, isso, para quem arriscar mais de uma caipirinha brindar.
Uh, e porque não à fonte dos desejos um príncipe pedir e esperar?
Mesmo sem saber que de tão fantástica; a fonte talvez lhe apresentasse mais do que um príncipe, um super-herói?
Prefiro os Rockstars!
Hank que já conhecia a Cidade de Goyaz, ele pensava sobre todo esse cordel encantado que Carol e Chiara e outros figurantes viveriam nos próximos dias...
Relaxe, e abra uma Heineken bem gelada se você tiver mais de dezoito anos e estiver com sede.
Cidade de Pedras é simples assim, mágica!
No Café Colonial você descobre sua bodega fantástica em tom de frenesi ao se entregar ás melodias de um rock, lá você vê quantos votos de felicidade se pode ter. Não há regras á obedecer...
Que tal fugir do esquema colegial, faculdade e televisão?
Legal, você já passou do colegial há alguns anos, aliás, da faculdade?
Claro que eu acredito, que você já tem mestrado?
Ops! Você já tem Doutorado? Pós-Doutorado?
Você já é idoso?
Paz e Amor! Não há incômodos com idades, fumantes ou intelectuais aqui ou acolá...
O Woodstock em 1969 foi inventado para que o amor pudesse se esparramar. E a bodega fantástica de um Café Colonial na Terra do Nunca, existe para que você viaje e possa se apaixonar...
Lá, nunca existiram motivos para a Banda de Rock’n Roll, não querer ensaiar...
Não mais do que assim, ao som de um rock, Chiara Garibaldi, levou uma pena e um tinteiro, algumas folhas em branco e se entregou de coração inteiro...
Quem poderia lhe dizer o que os ventos da Serra Dourada iriam aos ouvidos lhe sussurrar?
Jovem e escritora, quem sabe no futuro uma publicitária, atriz, ambientalista ou cineasta?
Ou quem sabe de uma revista famosa em Hollywood redatora?
Pois, por seu comportamento moderno, ninguém nunca psicografou que um dia ela foi meretriz.
Mídia?
Sempre foi o seu foco inicial. Não como capa de revista e coisa e tal! E antes que diga que ela era muito sonhadora, ao lançarem dúvidas e desafios, ela encarava e os surpreenderiam no final. Sempre com ar de desafiadora! Chiara era mulher, não apenas atriz.
Chiara Garibaldi é a garota mais obstinada que a Terra do Nunca pôde conhecer...
Outra vez, lá na Café Colonial, Chiara se refugiava no seu cantinho, numa mesinha no fundo da sala maior, perto da janela de onde poderia sentir o calor do sol, o frescor do vento e o sossego de todos que passeavam por lá em seu único momento...
Do jardim, os ruídos de guitarra vinham pelo ar e se confundiam com seus pensamentos mais sublimes. Pensamentos que eram escritos e descritos por vários brindes e de um frenesi que não foi possível censurar...
Lá no Café Colonial, Chiara chorou, soluçou e sorriu com Dona Nutya que sempre dava asas aos seus sonhos de papel.
Chiara queria apresentar á Dona Nutya sua melhor amiga. Mas, Carol caminhava um pouco sobre pedras...
Ali, no chão em chamas de tantas histórias, Carol deixava pegadas por toda Cidade de Goiás, e levava em seu coração um universo rico em cultura que ficaria para sempre dentro do peito com gostinho de quero mais. Quero mais viajar para Goiás!
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