Sunday, December 6, 2009

Lágrimas de Chuva




Aniversário chuvoso,
Balões coloridos sem poeira,
Um acordo milionário na porteira
De madeira que nunca fora a leilão!
No céu nuvens carregadas de surpresas,
Escondidas por um Sol que nunca brilhou
No destino descartável de quem nunca sonhou!
Mas, em todas as tardes de Verão,
As ondas do mar quebravam nos corais,
Que escondiam segredos de tantos ancestrais!
Segredos que todos fingiram não existir,
Igual capoeira de escravos pra fazendeiro sorrir!
E o que ninguém nunca pôde perceber,
É que a vida é feita pra quem sabe vencer!
Pois, se de mentiras se constrói o próprio orgulho,
O que será que você pode ver do outro lado do seu muro?
Há respostas para simples fatos quando menos se espera,
Se dinheiro nunca foi á rima de uma poesia tão singela?
Ah, quem dera eu poder correr pelos campos verdes de Verão,
Carregando poucas cifras na mente e na mão um violão?
Isso pra correr de tudo que se construiu sem amor
No dia que ninguém pensou em ouvir um coração!
Mas, aplaudiram-me aos respingos de chuva,
No coro de uma só canção.
Na festa de balões coloridos,
No jardim de um Verão nunca esquecido,
Na corrupção de um destino interrompido,
Por maldade, inveja e traição!
Se família fosse mesmo, amor e compreensão,
Um juiz teria autoridade para dizer, não!
No duelo de espadas de nomes,
Os quais nunca foram dignos de tantos renomes?
No vazio que o tempo nunca poderá apagar,
Na alma de uma criança que só queria poder sonhar,
Com mais autonomia pra assaltar a geladeira de madrugada,
E ter a ajuda de seu Pai para sua mamadeira esquentar!
Mas, dizem por aí que lamentar é coisa de choros e velas,
Pois, então, prefiro mesmo que me queime no inferno,
Daquele que me julga com o olhar e indignação,
Por ter me condenado á tanta humilhação?
Se Prada, não é o Diabo que me veste,
E sim aquele que me sorri com ironia,
O que mais eu poderia esperar da vida um dia?
Talvez, um relógio marcando sempre as mesmas horas,
Com seu rosto piedoso debochando meu azar?
Ah, céus! Como queria nunca ter perdoado,
Mas, sua melhor surpresa foi te perdoar!
Pelo dia daquele aniversário chuvoso com céu nublado!
E todos os olhares em volta do palito aceso com fogo,
Na espera do meu sopro sem sonhos altos,
Porque me condenaram ao esquecimento,
Sem saber que eu nasci chorando lágrimas de chuva!

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