
Nunca pensei sobre sombras
Quando as luzes se apagam
Não decorei aqueles versos
De gritos e ruídos sufocados
Na noite que ninguém dormiu!
Nunca fiz apologias aos meus chás
Mas, algo me traz ideologias para viver,
Quando pensei que matar fosse morrer
Dentro de mim, por mim ou por você?
Mas, isso ninguém nunca poderá entender!
Não vou dizer que sim, não vou dizer que não,
Cada um de nós sabe ser belo e feio
Mesmo esquecendo-se porque o amor nos veio?
Não há razão para abortar pensamentos,
Nem vidas, nem idéias, nem amores ou tormentos!
Não há lei para a liberdade de expressão,
Quando não é propaganda de televisão!
Não há lei para o amor ou para a dor,
Ninguém escolhe a cor de um dissabor?
Talvez, na Holanda nada disso tenha aclamação!
Se em noites frias, um chá quente me foi companhia,
Lá fora a lua tão crescente minguava o meu coração
E entre choros e risos cantei alguma perdida canção
Do vinil velho e empoeirado que rodou devagar
Num gramofone antigo, e nem precisei soprar?
A vida é mesmo uma caixinha de surpresas,
Esquecida numa gaveta por muitos anos
Compreendida na solidão de um chuveiro gélido
Num cenário colorido por cores quentes
Pra um momento que se aprende a ser gente?
Ou tudo isso pode ser apenas o ato de escolher,
Como se simples fosse decidir entre ser ou não ser?
Ser egoísta suficiente pra não se sonhar em vão,
Ser surpreendida pelo destino pra não se culpar
Mas, seu coração é incapaz de parar de pulsar...
Ah, eis a mitologia e a imaginação!
Ao fazer lei algo sobre mentira e negação?
Pra defender que ser Mulher é escolher,
Jogar os dados ou ter noites de paz?
Mas, você vive o que a sua consciência faz!
Indignas cores e notas musicais,
Talvez escolher fosse fazer algo a mais...
Como não se despir e desligar o gramofone, nu,
Ou acender a luz e brindar a razão
De um pensador de entrelinhas coloquiais.
Oh, trevas! Como poderia o Sol ser diferente?
Do sexo que faz o tom de Verão na alma da gente?
Ou como poderia ser apenas viver e escolher,
Comer biscoitos e tomar chás com as amigas
Isso deveria ser mais simples do que parece ser...
Se você tivesse o dom de brincar com o tempo
Virar e desvirar a ampulheta sem qualquer fundamento?
Talvez, nem a sétima arte pudesse se divertir,
Se pudéssemos prever algo sobre o que nos faz rir?
Mas, escolhas nem sempre são tão engraçadas...
No minuto que não chove mais
No chuveiro de cores que você não gosta mais,
No minuto que o susto se despede pelo ralo
Na presença da nudez de um mero acaso
Por um desmaio que não deixa recados...
Ah, e ainda há quem diz que foi melhor assim,
Quem sabe melhor pra quem não vive em mim?
Ou insanas vezes pior pra quem se cala por si!
Mas, a vida nunca nos permitiu ensaiar,
Ou guerras nunca iriam começar!
E não se deve julgar quem escolher,
Algo sobre colorir ou descolorir,
O segredo que um ventre pode esconder,
Nas páginas de um diário feminista
Ou na história de um simples anarquista.
Sinto apenas como pluma após revolução
Caio leve sobre o cenário cinza e vermelho
Da cena que nem Hitchcock inventa no chuveiro,
Caio leve como uma pluma no Studio de Ballet
Se a vida é feita de todas as cores no coração...
Aprendo que nunca sabemos ao certo o que dizer,
Se as opiniões formuladas antes são perigosas de se ter?
Ah, diga outra vez sim, á Revolução do Sutiã!
Corra descalça sobre calçadas de pedras,
Com uma bandeira e uma bebida em mãos...
De loucura à ideologia a vida lhe dá razão,
Como um homem que lhe beija um ventre
Do meu aborto ao seu porto!
Sem explicar o amor e mágoa que se sente,
Por um acaso que Deus não coloriu ...
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