Monday, January 29, 2007

Imaginação



Numa daquelas viajens inesperadas o velho disco parou de tocar em um minuto!

Ela, viajava pra se destrair de tantas confusões, algumas incertezas do seu coração e queria encontrar algum tipo de resposta nas lavas do vulcão. Então, ela manifestaria num outdoor as intenções!

E, tudo começou com uma mala não muito pequena, três mini-saias, o velho e bom jeans, algumas blusas, cachecol, jaqueta jeans, boinas e o par de botas pretas com grossas meias...

Olhe para a bússsola dos desejos e qual a direção?

Cidade de Goiás, festival de cinema, cultura, arte, oficinas, vídeos, música, pessoas, cada vez mais pessoas...

Bléh, e como poderia sonhar em estar num filminho romântico sem ser a protagonista? Considerando que coisas do além poderiam estar em cena, apresentamos lhes; a casa mal assomabrada da Tia da Yayá.

Um calor de verão, um sol de rachar, e um vento forte... Só pra lembrar, já tinha começado o inverno.

Ela, abriu as janelas, respirou um pouco de ar puro do pomar, olhou para as paredes desenhadas com pinturas de crianças e tinta guache e aquilo lhe causou um certo espanto, o suficiente para caminhar pela cidade , por qualquer canto ...

Porcaria! Porque o remédio não lhe tiraria também o apetite? Já se passava do meio-dia e a comida começou a ficar mais cheirosa, havia muitos restaurantes pelas ladeiras vilaboenses e ela tinha comido uma barra de chocolates sozinha, no ônibus, pelo trajeto da viajem...

Calorias? O remédio não poderia deter todas as alegrias, quero dizer, calorias!

E o que lhe restava fazer a não ser comer? Tentou então um moderado empadão goiano mas as tortinhas de limão estavam tão vistosas, suculentas e ...

Duas, três, mas posso explicar, ela comeu uma e meia e guardou o restante na geladeira...

Chuva! E, ao cair da tarde, ela, bebendo com alguns bons amigos de bem com a vida e brincando de Sueco?Não sabe como é? Talvez uma brincadeira tão idiota quanto o jogo da verdade, porém tanto quanto divertida!

Blefou!Gritou!Chorou!Berrou!Avacalhou!Entre amigas, um segredo se tornou tão real, um mistério tão desigual, que algumas pessoas poderiam até dizer que nunca tinham visto nada igual...

Que engraçado! Julie não queria acreditar, mas dessa vez era erro o fora que ela tinha antes de partir, acabado de dar... E, tudo bem, ali, ela estava para se desabafar, purificar, se concentrar em energias positivas e deixar todo medo sair do seu coração e ir embora pelos ventos que estavam cada vez mais dispersos no ar...

Sexta-feira muito louca, chegaram os primos, primas, a tropa louca, as amigas malucas, a casa cheia e até um Tio que não era Tio de verdade mas era um cara muito do biruta! Imagine, chegar e ir embora por causa das risadas adolescentes de um pessoal que simplesmente era tão feliz tanto quanto a gente?

Sabe aquela velha expressão; ' e o Kiko?' , então, foi mais ou menos assim. Numa simples distonia, foram saindo pra rua, pessoas entrando, e saindo, e a tv ligada sem muitos telespectadores, afinal de contas a rua era palco de todos os rumores...

Domingo, pé de cachimbo, e este nem era mais de ouro, aliás, ali nem existia mais touros, pelo contrário, uma lésbica louca, loura, falante, bêbada, amiga, simpática, melancólica, triste, parecia uma moça inteligente, e logo depois veio com um papo super estranho e fomos saindo pelos cantos, tínhamos medo de um certo tipo de encanto e porque será que todos deveriam sempre lembrar de que pode ser muito perigoso conversar com estranhos?

Quem sabe, aqueles que não conseguiram inventar uma boa desculpa pra sair de perto, ou correr em paralelepípedos mesmo sentindo dor no pé esquerdo?

Ah, mas não demorou muito e ela logo foi embora com cara de quem sempre na conversa sobra...

Olhamos todas três uma pra cada da outra e algum dos três estômagos roncou. Olhamos pro relógio e só faltavam trinta minutos pro Mercado abrir e a Tia do Pastel nos servir?

Sim, com certeza, mesmo caídas de sono, com os olhos pingando de sono, com as bocas bocejando, ás três amigas, ali, sentadas, morrendo de frio, pediram um guaraná e continuaram esperando... E seria mesmo, pedir muito que nesse meio tempo, nenhum bêbado maluco viesse encher o saco?

Não sei contar, mas só lembro de um, que logo viu que não tinhamos papo algum e saiu pelos cantos cantarolando loucuras da sua pinga que á nós não era comum...

Pedimos então ao Tio do Bar que tocasse Raulzito, ele disse que só tinha um vinil do Alceu Valença! Quanta comédia, então naquele frio de matar entramos num acordo de ouvir este mesmo, do contrário seria um sertanejo triste, daqueles de sair correndo à gritar...

Yeah, chega de esperar! Elas, foram andando, chegaram no Mercado abrindo e correram até o pastel mais gostoso do mundo! Comeram, beberam , arrotaram, ficaram muito felizes e voltaram pra casa, tomaram uma ducha e dormiram!

Acordaram de tarde, riram demais, comeram umas fritas e beberam coca-cola, falaram todas as bobagens e riram de tudo que podiam...

Foram pro show do Titãs, pularam, cantaram, gritaram, caíram, fritaram e todos estavam no mesmo grau, então ninguém não tinha nada pra reclamar!

Na rua as pessoas estavam bêbadas demais, a nossa casa era mais recatada com amigos mais reservados, amigas mais normais, sei lá, talvez um lugar mais ilhado para surtar? Talvez, porque no velho cd do Red Hot uma energia cósmica começou a se manifestar, uma alegria começou a se exaltar, e quando o último sóbrio viu, ali estavam, alguns seres legais cantando e pulando e se achando uma banda de 'rockstar', ali, na cozinha da casa mal assombrada da Tia Yayá!

Depois, a bússola parou com destino a Cidade de São Paulo, isso mesmo a capital dos prédios cinzas, árvores escondidas, museus, festas, loucas baladas, avenidas, amigas malucas,metrôs, medos, pela primeira vez na vida Julie e Lyly se sentiram como um ratinho que se esconde de uma gaivota brava! Noites sombrias, fantasmas, calorias, bebidas, internet que não funcionava, telefone sem linha, mendigos, risos, choros, abrigo e o chuveiro com o frio? O melhor foi o aconchego do travesseiro por algumas horas até encarar o corre-corre de um dia frio...

Museu da Lingua Portuguesa, Pinacoteca, Café, Parque, muambas, aquelas ruas famosas de São Paulo, muambas chiques, bobeiras, lembranças, mapas e perdidos? Julie, se esqueceu onde ficou um dos mapas, mas sem problemas a Lyly tinha uma certa intuição e ela um pouco de fértil imaginação, então acho que estavam salvas quando começavam a fazer perguntas por quais seriam as certas direções... Embora, eram duas meninas num dia tranquilo, desprovidas de razão!

Shopping Paulista, cartão de crédito, sacolas com muambas, broncas e a Lyly com um cigarro! Por ela, a sacola preta que carregava o bicho de pelúcia era feia demais para que Julie pudesse caminhar pelo shopping e comprar algumas coisas...

Julie nem se importava, ela tinha dinheiro para pagar o que queria comparar e as aparências não deveriam importar, mas Lyly sempre com um senso mais apurado, preferiu fumar um hollywood mentolado e ficar com as muambas numa área aberta, enquanto Julie ia passear...

Depois, elas, as muambas, o saco preto, as sacolas sofisticadas do shopping e o cansaço aparente em suas faces, se decomporam em cadeiras na praça de alimentação enquanto comiam sanduiches que não matam a fome! Ainda, conversaram e deram muitas risadas, logo, voltaram para o Hotel, tomaram um banho e saíram outra vez para a balada...

Universo paralelo, após uma jornada interestrelar dos mistérios, depois da bússola dos desejos mais secretos, onde estar? Parada Gay, e mesmo que a menina colorida de anos atrás não fosse uma menina- arco-íris, ela só foi 'clubber' um dia, Julie, estava literalmente pronta para se questionar...

Quando se descobria que dragões não eram moinhos de vento, ela livre e com o coração vazio ou com medo de estar comprometido, aos poucos, se deixava levitar, levitar e levitar...

E, quando menos se esperou, Julie, estava livre pelo ar, ela estava a voar, dançar e cantar e não sabe ainda dizer como tão mágico foi deixar em seu coração um amor verdadeiro entrar?

Pra alguns, o ministério da saúde adverte: Contos de Fadas fazem mal a saúde, pois se você duvidar, pode passar os resto de suas vidinhas a criticar e aos outros criticar, e então, algo ao seu lado passará despercebido sem que você possa observar!

Imaginação, de uma garota que num dia qualquer deitou-se no sofá da sala, bebendo suco de uva, e de repente deixou o copo bem devagar num cantinho, abraçou uma almofada e começou a observar poontinhos negros do tapete, ali sua imaginação escorregava como num buraco sem fim de onde saíram todas as lembranças contadas pra mim...

alOha ° º °

1 comment:

Leandro Zayd said...

Que imaginação, hein Lud ;)