Saturday, November 15, 2008

Trecho do Cap.2 , Bodega Fantástica

Elas passaram horas e horas conversando, que nem locaram filmes... Elas foram tomar uma ducha, ligaram o som e dormiram ao som de uma canção da banda que a Chiara gostava de ouvir, Cachorro Grande. E era mais ou menos assim a canção...

“ Tenho pressa pra chegar, pressa de ir pra outro lugar, em que eu possa me sentir, dentro de uma bolha que flutua por aí... Pare de me perguntar, onde eu quero chegar, sinto que só quero ir em cima de um tapete que flutua por aí... Minha razão de existir é ter você sempre aqui, do meu lado e porque não, vem comigo num domingo voar no meu balão...”

E o balão era Vênus, o lugar é qualquer lugar que nós não escolhemos. Sendo assim, vamos vivendo e aprendemos a valorizar o minuto e ainda nos recordamos de uns pensamentos chineses que dizem assim; “ nós perdemos a pedra depois de atirada, a palavra depois de proferida, o tempo depois de passado e a ocasião depois de perdida”. Imagine, se você se doar para uma pessoa não-amiga?
Não mais do que assim, posso explicar que são grandes os amores e as idealizações que envolvem grandes riscos, e esses os mais complexos... Como por exemplo, ver todas as suas amigas brincando de amor, fazendo sexo sem pudor e você ali toda careta e recatada com sua cabeça meio que baixa...
No entanto, nunca deixe sua razão de lado, porque, você será a menina que encontrará um Príncipe lindo á cavalo alado. Para que o Mundo à sua volta se arrependa das bobagens que de você, por todo esse tempo tem falado. E mesmo que você beije sapos ou o brejo inteiro para chegar até aqui, o que importa é ter guardado o melhor de si para quem te faça feliz...
Seja lá quem for que seja seu, que seja esse o momento tão sublime com todas as cores do amor!
Ou você já imaginou que para a maioria dos homens isso tudo é insignificante e o que vale é os cinco minutinhos de prazer que eles sentem?
Então, antes de pensar que é algo cafona o que eu escrevo aqui, reflita. E olhe para o espelho e veja que você é apenas mais um ser humano do sexo feminino por mais fria e objetiva que suas atitudes possam ser...
E depois de pensar um pouco, não esnobe e não ria mais daquela amiga sua que passa horas e horas sonhando com o príncipe encantado. Você poderá sentir tanto medo quanto ela, ao se deparar com algum homem canalha algum dia por aí nessa sua estrada louca e sem fim nenhum.
Ou você tentará explicar ao mundo de um jeito inválido, o motivo pelo qual todos vão rir e muito de você, e que ficar com um menino hoje e outro amanhã e outro depois de amanhã e ter um agendado para cada dia da semana, é algo tão saudável que o Ministério das suas falsas Amigas adverte; faz bem a sua saúde e conduta moral. Isso, porque você é uma Mulher incapaz de perceber que o velho ditado ainda é usado: “no final queremos a menos rodada”. E antes que você rasgue a página desse livro, respire fundo, e conte junto comigo até dez e bem devagar, e depois vai soltando o ar levemente e pense na cor azul... Agora, levante os braços para o alto, amoleça seu corpo, sente-se no chão, e deite-se devagar de modo que você possa sentir o chão frio, e aos poucos ir descansando os seus pés, as suas pernas, o seu órgão sexual perturbado, o quadril dolorido, os seios inchados, os ombros, o pescoço e sua cabeça confusa... E continue respirando fundo, levemente e contando até dez, e ouça o som dos ruídos da natureza do Mundo ao seu redor, e ainda de olhos bem fechados imagine que você é uma galinha cheia de penas bem vistosas, e você vai caminhando na direção do sol, e você está desfilando bem devagar, mas, as suas penas impedem você de ver quem são as pessoas ao seu redor e ao surgir o vento suas penas vão voando para longe, vão voando para todos os lados, suas penas formam um tornado de todas as suas experiências sexuais e então, você continua caminhando e o vento é tão forte que a sua única visão é a do horizonte e isso te impede de olhar para os lados, e lá na frente quando você chegar num lugar tranqüilo, se sentirá sozinha e sozinha você sempre esteve. Porque quando você olha para trás e vê a penosa vida que levava, por um minuto se dará conta de um ditado do Chico Xavier; “Não há como se escrever um novo começo, mas, há como se escrever um novo fim.”