Wednesday, November 19, 2008

O Diário de Bridget Jones ou Contos de Fadas?



“Domingo, 1º de Janeiro. 58kg (mas pós-Natal) 14 unidades alcoólicas, (na verdade somando dois dias, já que quatro horas da festa foram antes da meia-noite), 22 cigarros, 5.424 calorias.”
Bridget Jones, uma jovem inglesa, um pouco acima do peso, jornalista, independente e solteira, que tinha boas resoluções de ano novo e por isso resolveu escrever um diário. O relato emocional, psicótico e cômico de todas as suas peripécias e suas gafes em busca de um sonho que fazia parte de sua rotina diária, encontrar o “Homem Perfeito”. Aquele que ela esperava há muito tempo. E esquecer para sempre o que são paqueras diárias que se resumem em canalhas que são como fantoches em sua vida.
Não mais do que assim, o grande triunfo da vida de Bridget Jones começava a se traçar em Londres no rigoroso inverno de final de ano. Lá na casa dos Darcy, onde comemoravam as resoluções de ano novo com uma animada festa entre família e amigos. Eles foram os vizinhos de Bridget durante a infância, e assim se tornaram muito amigos de seus pais, quase membros da família. E não poderia ser diferente, sua Mãe com a incansável mania de querer lhe arrumar um namorado, um marido, lhe deixou conversando á sós com Mark Darcy. E talvez, ela tivesse acertado. Ele é um advogado renomado dos direitos humanos, quatro anos mais velho e que disfarçou a lembrança de que Bridget corria pelada no jardim de sua casa, durante a infância.
No entanto, durante a leitura do livro O Diário de Bridget Jones da autora Helen Fielding, se relatam várias nuances do comportamento de Bridget Jones. A personagem se apresenta com a capacidade de sempre dizer as coisas erradas nas horas mais impróprias e tem atitudes estranhas nas situações mais improváveis, principalmente com a sua “arte de falar em público”. Bridget é um tanto destemida e não policia as suas palavras. Sempre com uma resposta pronta, a personagem de Helen Fielding, discute através do seu próprio comportamento o que uma mulher pode evitar para se apresentar melhor em situações onde se exige maior descrição. Todavia, é fato que a autenticidade de Bridget Jones é uma característica encantadora aos vários tipos de homens.
Mundo contemporâneo das Mulheres. Talvez fosse esse o motivo pelo qual a escritora, Helen Fielding, mescla o seu trabalho literário no livro com o foco principal em três personagens clássicos, o vilão, o mocinho e a garota apaixonada. Ela faz um triângulo amoroso para construir a base sentimental de sua personagem Bridget Jones. De um lado o charmoso e destemido Daniel Cleaver, um vilão, galã, editor do jornal onde ela trabalha, ele chefe de Bridget, um canalha assumido pelo primeiro olhar com o seu jeito maniqueísta. Do outro lado, há um homem inteligente, muito bem sucedido, tímido, elegante, sua beleza se difere de Daniel Cleaver, Mas, Marck Darcy é o que se pode entender como “O Gentleman”, ou seja, o homem dos sonhos de qualquer mulher. Ele é polido, educado, cordial, bem relacionado, trabalhador, romântico e um pouco reservado, pois, se apresenta muito cauteloso com os seus sentimentos e os sentimentos alheios. Enquanto Bridget Jones, ainda é aquela mulher um tanto desastrada e que não consegue vestir máscaras para se comportar a frente de determinadas pessoas e ocasiões. Naturalmente, ela é o que ela é. Bridget é uma romântica irredutível!
A combinação de sensualidade e mistério, romance e fantasia. Descrita assim, Bridget Jones, não poderia ser dona de sua razão. E ao decorrer de suas confusões, ela experimenta um breve namoro com o maniqueísta Daniel Cleaver que a seduz vorazmente, de modo que ela flutua como uma nuvem pelos pensamentos mais felizes em que ela se casa. Mas, o mundo cor-de-rosa de Bridget é machado quando ela se depara com a traição de Daniel e se vê trocada por Lara, uma jornalista de Nova York. Sensível, Bridget, tenta ignorar todo o acontecido, e num jantar com casais amigos e um tanto quanto inconvenientes, ela se encontra por acaso com Mark Darcy que a ajuda se esquivar das perguntas impertinentes sobre a solteirice aos trinta e poucos anos. Ainda no jantar, Darcy, revela com toda cautela e pudor, numa conversa a sós com Bridget que ele a ama do jeito que ela é. Outrora, ele salva uma importante entrevista que Bridget perde ao abandonar o local da reportagem por poucos minutos para comprar cigarros. Mark Darcy defendeu o casal para não darem entrevistas aos outros repórteres e organizou uma coletiva em que Bridget era repórter principal. Misteriosamente, ela foi se apaixonando pelo “Homem Perfeito”.
Divertido e sarcástico à rotina de tantas mulheres contemporâneas. A história de Helen Fielding foi aprovada mundialmente por um bom público feminino e masculino, com a desenvoltura de como as mulheres são até perceberem que o verdadeiro amor não é aquele que mais lhe chama atenção e sim o que simplesmente as completam. Foi assim, que a escritora nascida em Yorskshire, e que atualmente vive em Londres onde trabalhou para BBC por muitos anos, logo viu o seu literário trabalho nas telas do cinema. E, estranho seria se Bridget Jones não tivesse conquistado por bem ou mal, um ponto de vista crítico de cada um que a conheceu.
Bridget Jones não é uma simples lenda urbana, ela é o que se pode aplaudir e chamar de a Princesa dos Contos de Fadas Modernos!